Depoimentos (Somos Gays * Somos Lésbicas)

Fonte: igay.ig.com.br

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Aos 20 anos, gays só querem saber de festa, de virar a noite na balada, de “pegar” todos os garotos que cruzarem pelo caminho. Aos 30, continuam gostando de festa e passam horas na academia para continuar parecendo com eles mesmos aos 20 anos. Aos 60, são sozinhos porque não têm família.

Com as lésbicas, os namoros evoluem para casamentos na velocidade da luz. Quando a história chega ao fim, elas transformam as ex-namoradas em melhores amigas, numa fila interminável de mulheres que só tende a crescer. Aos 30, seriamente envolvidas em algum relacionamento, desistem de qualquer vida social para cuidar de cachorros ou gatos.

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Esses são alguns dos maiores clichês ligados à homossexualidade. Será que são verdadeiros? O iGay conversou com homens e mulheres dos 20 aos 60 anos para saber como o mundo era (ou é) quando foi a vez deles enfrentarem a família para assumir sua homossexualidade e como cada um deles encara questões como namoro, sexo e vida social, e descobriu que a vida é cheia de surpresas em qualquer idade. E que, no fim, a vida dos homossexuais não é uma categoria à parte. É comum e natural, tão cheia de drama e diversão como qualquer outra.

Veja abaixo os depoimentos:

“Não tenho dúvidas quanto a isso, quero ser mãe”

Jessica Tauane, 21 anos: “Eu demorei para assumir que sou lésbica. Primeiro porque não me aceitava, achava que era errado gostar de mulheres. Imagina, eu frequentava a igreja, tinha namorado. Até entrei em depressão porque não me aceitava, passei boa parte da minha adolescência trancada no meu quarto. Por isso, quando finalmente saí do armário, meus pais ficaram surpresos, mas ao mesmo tempo aliviados, porque entenderam o que estava acontecendo comigo. E viram como aquilo estava me fazendo bem.

“Entrei em depressão porque não me aceitava, passei boa parte da minha adolescência trancada no meu quarto. (Jessica).

Hoje eu converso com minha mãe sobre minhas namoradas, ela dá conselhos, não escondo nada. A mesma coisa com os meus amigos da época da igreja. Um deles inclusive me contou que tinha preconceito contra gays, que xingava, mas mudou de comportamento por minha causa. É uma coisa que até me deixa orgulhosa, porque dei minha contribuição para acabar com o preconceito. Eu gosto muito de namorar. Mesmo se estou só ficando com uma menina, é só com ela. Também tenho o costume de levar as meninas para conhecer minha família logo que conheço. É um problema, porque quando a gente termina todo mundo fica perguntando dela (risos). Também sou muito caseira. Para o futuro, me imagino casadíssima e com filhos. Não tenho dúvidas quanto a isso, quero ser mãe.”

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“Essa coisa de ´oi, tudo bem, vamos transar?´me deixa desconfortável”

Victor Larguesa, 21. “Contei para meus pais que era gay com 17 anos. Foi tranquilo, até porque tenho certeza de que eles já sabiam. Desde criança, minhas amigas eram todas meninas (risos). Percebo que eles se esforçam para encarar tudo com naturalidade. Meu pai, por exemplo, uma vez foi numa boate gay comigo porque queria conhecer meus amigos e saber onde eu ia. Foi engraçado, porque um amigo meu me cumprimentou gritando e pulando no meu colo e, na hora de falar com meu pai falou “como vai o senhor?”.

“Para o futuro, me imagino namorando sério. Até hoje só tive um namorado. O resto são ficantes, alguns mais fixos, outros menos. (Victor)

Também nunca tive problemas com as pessoas da faculdade. No máximo elas olhavam quando eu vinha com uma roupa mais chamativa, mas nunca houve nada agressivo. Na verdade, não me preocupo muito com a opinião dos outros. Para o futuro, me imaginando namorando sério. Mas não faço muitos planos nesse sentido. Até hoje só tive um namorado. O resto são ficantes, alguns mais fixos, outros menos. Não me sinto muito à vontade com sexo casual. Claro, não vou dizer que eu não faço, mas essa coisa de “oi, tudo bem, vamos transar” me deixa desconfortável.”

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“Passou aquela pressa que eu tinha aos 20”

Carolina Muricca, 34. “Sabe que já nem me lembro mais quantos anos eu tinha quando contei para minha família que era lésbica? Acho que uns 23, por aí. Já tinha tido uma namorada na época da faculdade e meus pais já deviam desconfiar daquele mesmo nome de menina aparecendo em todas as minhas histórias. Um dia minha mãe não aguentou e perguntou. A reação não foi nada positiva. Eles ficaram arrasados e eu, por consequência, também. Os meses seguintes àquela pergunta foram, sem dúvida, os mais difíceis que eu tive até hoje. Hoje em dia meus pais já lidam melhor com o assunto, conhecem minha namorada e se dão bem com ela. Quando eu era mais nova, saía de quinta a domingo. Agora, ainda gosto de sair à noite, mas dou mais valor a acordar bem e cedo na manhã seguinte. Não existe mais aquela angústia de ter que ter um programão pra cada dia do fim de semana.

“Viva os 30 anos! A grana não é mais tão curta, as amizades ficam mais sólidas e eu já sei cozinhar mais do que um miojo. (Carolina)

Hoje em dia, se eu não tiver nada pra fazer, fico aliviada. A vida aos 30 é bem mais estável do que aos 20. E estabilidade não passava muito pela minha cabeça quando era mais jovem. Eu tinha muita pressa, queria fazer tudo que existia para fazer: morar fora, ter experiências. Depois a pressa passou. Aos 20 anos, também tinha todas aquelas inseguranças de primeira vez que aos 30 e poucos já não existem mais. O sexo, por exemplo, fica melhor com o passar dos anos, muito mais divertido e menos ansioso. Apesar de não ter mais energia pra virar a noite com amigos e ir trabalhar no dia seguinte, de não sair impune depois de uma bebedeira, por enquanto eu vejo só vantagens em ficar mais velha. A grana não é mais tão curta, as coisas em volta ficam mais claras, as amizades ficam mais sólidas e eu já sei cozinhar mais do que um miojo. Viva os 30!”

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Homossexualidade é assunto que não existe dentro das salas de aula
Escola é criticada por mostrar pessoas do mesmo sexo como símbolo de ‘repulsão’
Patricia Galucci, 24 anos, cineasta: “Meu objetivo sempre foi dizer a verdade”

“Aos 20, pensava que com 30 seria um `adulto´, sem interesses banais”

André Levy, 33. “Assumi para minha família com 21 anos, dois anos depois de “descobrir” que era gay. Minha mãe um dia me perguntou numa boa e teve um papel fundamental na minha saída do armário, pois pediu minha permissão para passar a notícia adiante e criou espaço para que eu pudesse ser mais honesto com todos e comigo mesmo. Minha família é grande e a maneira como sempre acolheram meus amigos e namorados com carinho e respeito nunca mudou desde então. Acho que faço parte de uma das primeiras gerações que teve uma mão da internet nesse processo – foi através dela que surgiram meus primeiros amigos e relacionamentos gays. Aos 20 anos, fiz muitos amigos pela internet, que felizmente migraram para a vida real. Nessa época, eu frequentava os lugares que meus amigos frequentassem – eventualmente lugares de que eu também gostava. Mas paciência pra baladinhas eu nunca tive muita. Nunca gostei de multidões e me sinto mais à vontade entre poucas pessoas. Prefiro bares a baladas, mas reuniões em casas de amigos ainda são meus eventos favoritos.

“Quando penso na passagem do tempo, o que vejo de mais positivo é que sempre tem algo novo para se viver pela primeira vez. (André)

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Aos 20 anos, pensava que com 30 eu já seria um “adulto”, 100% estável e sem interesses banais. Na realidade ainda me sinto extremamente imaturo em alguns aspectos. Por outro lado, naquele tempo não imaginaria que com 30 e poucos anos pudesse ainda estar aprendendo tanto, arriscando ou descobrindo novas paixões. Meus 30 anos estão sendo muito mais interessante do que aquela visão idealizada que eu tinha. O lado ruim de ficar mais velho é obviamente o físico, mas qualquer um consegue administrar isso se tiver a cabeça no lugar. Mas quando penso na passagem do tempo, o que vejo de mais positivo é que tem sempre algo novo pra se viver pela primeira vez. Só é possível colecionar experiências ficando mais velho. Quando era mais novo achava que os 30 seriam meu auge de realização. Felizmente estava errado. O melhor está por vir.”

“Eu e minhas amigas compartilhamos a negação de nos sentir velhas”

Nina Lopes, 40. “Como minha lesbiandade veio à tona quando eu tinha 16 anos, foi tão difícil para mim quanto para os meus pais. Ninguém sabia lidar com aquilo e não existia tanta informação sobre o assunto como há hoje. A aceitação foi lenta, mas agora a convivência é absolutamente natural. Eu e minha companheira somos tratadas como um casal, com todo o respeito e carinho, por ambas as famílias. Minha geração mudou muito. Há alguns anos, a mulher de 40 anos era considerada uma senhora. Eu e minhas amigas compartilhamos a negação de nos sentir como velhas, principalmente quando a discussão surge no meio de uma partida de vídeo game (risos). A maior vantagem de ficar mais velha é a experiência, sem dúvida. Olhar para trás e ver quanta burrice eu já fiz e saber escolher coisas que não vão me fazer errar mais. Essa segurança se expande para todos os aspectos, inclusive o sexual. Tive bastante tempo para aceitar meu corpo, pra me sentir bem dentro dele. Sempre fui muito magra e isso me incomodava bastante. Hoje ainda tento dar uma “encorpada”, mas isso já não me constrange mais. Me sinto extremamente à vontade e isso faz toda a diferença.

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“Já não tenho muito pique para passar as noites em claro. Prefiro um bom restaurante ou um cinema. Adoro ficar em casa! (Nina)

De desvantagem, acho que a baixa da energia é a maior. O metabolismo vai ficando mais lento e já não sou mais tão resistente. Antes eu trabalhava 18 horas por dia e aguentava, hoje só em caso de extrema necessidade. Acho que a intolerância também é um aspecto negativo. Já não tenho mais tanta paciência quanto tinha antes. Apesar de atuar como DJ, sou uma pessoa caseira. Quando era mais nova, queria sair, conhecer pessoas, curtir. Com a idade fui ficando mais preguiçosa. Já não tenho muito pique para passar as noites em claro e prefiro um bom restaurante ou um cinema. Adoro ficar em casa!”

“Grandes amigos que fazem sexo é uma forma maior e melhor de namoro”

Sérgio Alves, 47. “Para mim, nunca houve um assumir do tipo chegar e dizer ser gay. Minha família foi percebendo porque nunca fingi ser nada diferente do que fui me descobrindo ser. Na adolescência ficou mais óbvio por conta dos amigos de sempre serem mulheres ou gays e ter sempre um único amigo homem de cada vez, cuja “amizade” nunca ia além de alguns meses. Aos 20 anos, eu queria relacionamentos românticos como os que via no cinema e na TV, queria de alguma forma acreditar que o fato de ser dois homens não mudaria a natureza de uma relação. Consegui viver um relacionamento intenso com o cara com quem fui casado por sete anos. Tudo o que eu esperava e imaginava que um relacionamento pudesse ter, nós tivemos. Hoje acredito que a amizade é a grande forma de amor entre homens, grandes amigos que fazem sexo é o que penso ser uma forma maior e melhor de namoro. Mas não é algo tão simples de se ter do jeito que penso que deva ser.

“Aos 20 anos, queria acreditar que o fato de serem dois homens não mudaria a natureza de uma relação. (Sérgio)

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Atualmente, o sexo está melhor, mas menos frequente. Não por incapacidade física ou perda de libido, mas porque fiquei mais seletivo. Andei pensando nisso outro dia e cheguei à conclusão de que gosto de naturalidade no sexo e nas relações. E o meu problema com este nosso tempo é que tudo está cada vez menos natural. Não vejo naturalidade em como as pessoas lidam com o sexo, em como abordam, em como fazem… Nunca fui super preocupado com a aparência e nunca gostei de homens que fossem. É claro que me cuido, para manter a qualidade de vida e o funcionamento do corpo, mente e sei lá mais o que. Tenho uma dieta natural e integral, pratico yoga e medito diariamente. Isso tudo ajuda a manter o bem estar. Mas a aparência sofre os efeitos do tempo. Não tenho nenhum problema com isso. O problema é com os outros. Gosto de homens com mais ou menos a mesma idade que eu, e a grande maioria é super preocupada com a aparência e perde a tal naturalidade de que gosto – não consigo ter tesão em corpos super construídos ou muito reformados. Ou então são absolutamente descuidados, o que também não é o caso (risos).”

“Onde estão as lésbicas da minha idade?”

Marise Louvison, 61. “Assumi para minha família com 18 anos. Eles não ficaram exatamente felizes, mas aceitaram. Tanto que eu levava para casa minhas namoradas, meus amigos. Isso foi no começo dos anos 1970. Não acho que a sociedade tenha mudado muito desde então. Claro, sei que naquela época muita gente era até expulsa de casa quando dizia que era gay. Mas isso é uma coisa que acontece até hoje. Eu nunca escondi nada de ninguém e isso só me ajudou. É engraçado, as pessoas mais novas acham que antes dos anos 1990 ou até 2000 gays e lésbicas viviam escondidos. E não era assim, nos anos 1970 a gente ia para a rua, para bares, para boates. Nos anos 1980 todo mundo se retraiu um pouco, por causa da Aids. Eu gosto de contar essas histórias, até para os mais jovens saberem o que veio antes deles.

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“Eu nunca escondi nada de ninguém e isso só me ajudou. (Marise)

Saber o que era o Ferro’s Bar, por exemplo. Eles também precisam descobrir que a vida continua depois dos 40, 50 anos. A gente continua se divertindo, continua saindo, continua fazendo sexo. O sexo, aliás, é ótimo (risos). Conheço muita gente mais nova através da internet, é uma ferramenta fantástica. Mas queria conhecer também gente da minha geração. É uma preocupação que eu tenho: onde estão as lésbicas da minha idade? A gente não tem um espaço para se encontrar, para se divertir – até por isso acabo saindo com gente mais nova. Agora imagina se, daqui a alguns anos, eu vou para um asilo cheio de héteros? Não quero ficar conversando sobre netos e fazendo tricô (risos).”

“A gente é quem a gente é e tem que se aceitar”

Gilberto Antunes, 63. “Eu sabia que gostava de homens desde os 12, 13 anos. Mesmo assim, namorei mulheres e por pouco não me casei com uma. Eu não aceitava que era homossexual e achava que, se me esforçasse, conseguiria deixar aqueles desejos de lado. Claro que não consegui (risos). Mas foi um processo longo, tinha quase 30 anos quando assumi para mim mesmo que era gay. Mas mesmo assim nunca falei nada para meus pais. Tenho certeza de que minha mãe sabia mesmo sem eu falar, mas meu pai morreu sem saber. O pior é que, um pouco depois de eu ter assumido, veio a Aids. Foi uma catástrofe, mais da metade dos meus amigos morreu em poucos anos.

“Eu sabia que gostava de homens, mas mesmo assim namorava mulheres. Por pouco não casei com uma. (Gilberto)

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Tinha gente que ficava doente e morria em uma semana, todo mundo vivia com medo. Mas a gente tem que superar, né? Pelo menos isso tudo me ensinou uma lição: a gente é quem a gente é e tem que se aceitar. Sofri muito me lamentando porque não era heterossexual, por isso agora não vou sofrer me lamentando porque não tenho mais 20 anos. Até porque tem homem que sente tesão por mim do jeito que eu sou, com cabelo branco e tudo. A internet inclusive é um meio de encontrar homens que gostam de “senhores” como eu. É muito bom se sentir desejado aos 60 anos. Podem achar uma vaidade boba, mas é bom. Não vou entrar em detalhes (risos), mas a minha vida sexual está muito boa. Em qualidade e até em quantidade (risos). E muitos amigos, isso é o mais importante. É a família que a gente vai formando ao longo da vida e está sempre junto da gente, para o que der e vier.”

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Homofobia NÃO

Fonte: www.significados.com.br

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O que é Homofobia:

Homofobia significa aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, preconceito que algumas pessoas, ou grupos nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais.
Muitas vezes aqueles que guardam estes sentimentos não definiram completamente sua identidade sexual, gerando dúvidas e revolta, que são transferidas para aqueles que já definiram suas preferências sexuais.

Etimologicamente, a palavra “homofobia” é composta por dois termos distintos: homo, o prefixo de homossexual; e o grego phobos, que significa “medo”, “aversão” ou “fobia”. O indivíduo que pratica a homofobia é chamado de homofóbico.

A homofobia pode ter causas culturais e religiosas. Por exemplo, alguns católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, e fundamentalistas assumem tendências homofóbicas. Apesar disso, mesmo entre estes grupos existem aqueles que defendem e apoiam os direitos dos homossexuais, lésbicas e simpatizantes. No entanto, em pleno século XXI, alguns países aplicam até mesmo pena de morte como condenação para quem é homossexual.

Em muitos casos, a homofobia parte do próprio homossexual, porque ele está em um processo de negação de sua sexualidade e chega muitas vezes até a casar e constituir uma família, e pode até jamais assumir sua preferência.

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Alguns movimentos contra os homossexuais são realizados em código pelo mundo inteiro pelos preconceituosos, como assovios, cantos, e bater de palmas. A homofobia é considerada uma forma de intolerância, assim como o racismo, o antissemitismo e outras formas que negam a humanidade e dignidade a estas pessoas. Desde 1991, a Anistia Internacional, passou a considerar a discriminação contra os homossexuais uma violação aos direitos humanos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 17 de maio como o Dia Internacional contra a Homofobia (International Day Against Homophobia), comemorando a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entre 1948 e 1990, a homossexualidade (chamado de “homossexualismo”) era considerada um transtorno mental.

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Lei contra Homofobia
No Brasil, a união estável entre duas pessoas do mesmo sexo foi reconhecida legalmente pelo Supremo Tribunal Federal desde maio de 2011. Em certo sentido, essa decisão poderá ter aumentado as demonstrações de homofobia.

Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça – CNJ aprovou e regulamentou o casamento civil gay no Brasil. Atualmente, casais homossexuais possuem os mesmos direitos e deveres que um casal heterossexual no país, podendo se casar em qualquer cartório brasileiro, mudar o sobrenome e participação na herança do cônjuge. O cartório que se negar a realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo deverá ser punido.

Os casais que já possuíam a união estável também podem alterar o status para casamento civil.

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O Projeto de Lei da Câmara nº 122/06 (também conhecido como PLC 122) visa alterar a lei 7.716, criminalizando a discriminação motivada unicamente na orientação sexual ou na identidade de gênero da pessoa discriminada. Se essa alteração for aprovada, a Lei do Racismo sofrerá uma alteração, passando a incluir esse tipo de discriminação no parâmetro legal de racismo, que nos dias de hoje contempla discriminação pela etnia, cor da pele, religião ou origem nacional.

Homofobia é crime?
Apesar de a Constituição Brasileira não citar especificamente a homofobia como um crime, o artigo 3º item IV indica que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”

Assim sendo, a homofobia pode ser contemplada como uma outra forma de discriminação, podendo ser classificada com um crime de ódio, podendo e devendo ser punida.

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Azul É A Cor Mais Quente

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Direção: Abdellatif Kechiche
Elenco: Léa Seydoux, Adèle Exarchopoulos, Jérémie Laheurte
Nome Original: La vie d’Adèle
Ano: 2013
Duração: 173 min
País: França
Classificação: 18 anos
Gênero: Drama

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Sinopse: Adèle (Adèle Exarchopoulos) é uma garota de 15 anos que descobre, na cor azul dos cabelos de Emma (Léa Seydoux), sua primeira paixão por outra mulher. Sem poder revelar a ninguém seus desejos, ela se entrega por completo a este amor secreto, enquanto trava uma guerra com sua família e com a moral vigente. (Adoro Cinema)

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zul é a Cor Mais Quente fez história no Festival de Cannes: pela primeira vez, a Palma de Ouro – prêmio máximo concebido pelo evento -, foi oficialmente destinada a outras pessoas além do diretor. No caso, o júri presidido por Steven Spielberg entregou a distinção também às atrizes Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux. Uma exceção justa e coerente para este filme cujos maiores méritos se concentram exatamente nessas três figuras que compreenderam plenamente a preciosidade de uma história extremamente fiel à vida, com suas dores e alegrias. Ao longo de três horas, o diretor Abdellatif Kechiche faz justamente isso: conduz as duas atrizes por momentos totalmente de acordo com a realidade, extraindo ainda momentos singulares de cada uma delas.
O título original, A Vida de Adèle (em uma tradução literal), apesar de genérico, diz muito mais sobre o filme. Isso porque Azul é a Cor Mais Quente acompanha diversos momentos da vida de Adèle (Exarchopoulos), da sua juventude heterossexual no colégio a sua vivência como uma professora adulta que cultiva um relacionamento com uma mulher. No meio disso tudo, as pequenas e grandes descobertas, o primeiro amor, a auto-aceitação, a construção de uma vida a dois, os erros e os acertos… É, literalmente, a vida de Adèle, contada inteiramente a partir do ponto de vista da protagonista. Desta forma, a ambiciosa duração – que é sentida mas nunca um empecilho – se revela completamente condizente com a proposta do diretor: ela é essencial para que cada momento tenha a profundidade e o impacto necessários, como se vivêssemos tudo aquilo pela primeira vez junto com Adèle.

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Ou seja, Azul é a Cor Mais Quente não se utiliza de quase três horas de duração somente para narrar o maior número de fatos possíveis, mas sim para dar a devida emoção e verossimilhança a eles. Isso nos leva às tais “polêmicas” cenas de sexo, que só são chamadas assim por aqueles que não compreendem que toda a nudez e a longa duração de cada uma delas vai ao encontro dessa proposta do diretor de fazer com que o espectador acompanhe tudo com a mesma dose de surpresa e novidade que a protagonista. E esse compromisso com a vida real também se reflete, claro, no trabalho das duas atrizes, em especial no da extraordinária Adèle Exarchopoulos, a grande revelação do ano. No cinema desde 2007, quando debutou em Boxes, ao lado de Geraldine Chaplin, Adèle alcança aqui uma merecida visibilidade. É limitado resumir sua atuação à grande entrega física com Léa Seydoux, já que sua precisa interpretação acompanha todas as fases da personagem sem qualquer hesitação. É, enfim, um nome para acompanhar.

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A sensação que se tem ao final de Azul é a Cor Mais Quente é que passamos por um turbilhão de acontecimentos, mas a verdade é que a intensidade que sentimos é muito mais em função da imersão proporcionada pelo roteiro de Abdellatif Kechiche e Ghalia Lacroix, baseado na HQ Le Bleu est Une Couleur Chaude. Por estarmos tão próximos de Adèle, sentimos cada uma de suas dúvidas e angústias. O que também merece ser ressaltado é que o longa está muito longe de qualquer pretensão. Em Azul é a Cor Mais Quente não existe uma insistência em metáforas ou uma vontade de trazer grandes complexidades a cada uma das situações propostas por Kechiche. E isso é muito positivo, pois, desta forma, o filme se torna muito mais natural e sem constantes rimas visuais ou de roteiro – ao contrário do que o título brasileiro implica no nosso inconsciente: a vontade de procurar azul em todas as cenas e dar significados a isso.

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Favorito para ganhar todos os prêmios de filme estrangeiro da temporada (menos o Oscar, já que não foi lançado nas salas francesas no prazo exigido pela Academia para torná-lo elegível na categoria de melhor filme estrangeiro), Azul é a Cor Mais Quente se revela ainda mais sincero até mesmo nas suas curiosidades extra-filme: no set, por exemplo, Adèle e Léa não tinham maquiadoras ou cabeleireiras, apresentando-se frente às câmeras com aquilo que elas realmente são fisicamente. São esses detalhes valiosos que estabelecem o longa de Kechiche como um dos relatos mais coerentes com a vida que vimos nos últimos anos.

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É provável que se estenda desnecessariamente no final (a história poderia ter acabado perfeitamente na cena da cafeteria, sem a sequência da exposição), mas é pouco perto de um filme que lida muito bem com a questão da homossexualidade e das angústias e expectativas humanas. Crescer acontece mais rápido do que a gente imagina, diz Emma (Seydoux) em certo ponto. Adèle aprenderá isso. E nós, se ainda não chegamos a esse estágio, teremos esse mesmo aprendizado com a sua jornada.
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Fonte: cinemaeargumento.wordpress.com

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Fonte: leitorcabuloso.com.br

As pessoas costumam falar em blogs do que está mais em alta, e claro que muitos se surpreendem quando falo que, mesmo tendo lido A culpa é das estrelas, ainda não tenha me reservado um tempinho de falar sobre as impressões que ele me passou… E com o filme nos cinemas, a popularidade só aumenta… Mas, apesar de tudo, cá estou eu falando de uma HQ [e de um filme] que teve seu momento pop/polêmico uns meses atrás, mas que só agora tive a chance de ler, [embora tenha visto o filme na internet, com legenda pequena, ainda quando estava no cinema…] e que, a meu ver, traz tonalidades de azul em sua essência, bem mais tocantes e poéticas que ACEDE…
Falo da história de Clémentine [ou Adèle, caso tenham visto o filme]. Azul é a cor mais quente é uma HQ escrita por Julie Maroh e fala sobre a descoberta do amor num relacionamento entre duas garotas, bem como da dificuldade de aceitação na sociedade por conta de suas ‘escolhas’. A garota de cabelos castanhos, Clémentine, tem apenas 15 anos e sente-se perdida em seus devaneios e existencialismo. Acaba conhecendo Emma, por um acaso qualquer do destino, ao cruzar uma rua, e aquelas madeixas azuis começam a povoar seus sonhos mais íntimos…

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No início da Hq quem aparece primeiro é Emma, absorta em lembranças de sua amada. Ao ler os diários de Clémentine, na casa dela, conhecemos a história de ambas… O quadrinho mostra toda a trajetória dessas duas garotas, que em meio a um ambiente escolar hostil para os homossexuais, acabam se apaixonando, embora no começo, Clémentine relute em aceitar seus sentimentos, e tente escondê-los das outras pessoas. No caso de Emma, é esconder o que sente por Clémentine, de sua namorada Sabine. Temos outros personagens inseridos na trama, Valentin, amigo de Clémentine, os pais dela, alguns amigos da escola e Sabine, namorada de Emma, cada um tendo sua devida importância na história, servindo de pano de fundo ao amor proibido das protagonistas.

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“Foi naquele momento que alguma coisa começou a crescer: o meu desejo por ela. O desejo de estar nos braços dela, de acariciá-la, beijá-la, de que ela quisesse isso também, de que ela me quisesse.
Agora… nós estamos muito próximas. Eu sinto uma ambiguidade, às vezes opressora… e espero… prendendo a minha respiração junto com a dela.
No momento seguinte, sou tomada pela vergonha, eu me odeio e me sufoco com essa bola de fogo que só pede para sair do meu ventre.”

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No caso do filme, algumas coisas foram adaptadas de forma diferente. A começar pelo nome da personagem principal, que se transforma em Adèle [e pessoalmente eu prefiro o nome dela no filme que na HQ]. Da mesma forma que a garota no quadrinho, Adèle luta contra seus sentimentos mas demonstra uma curiosidade absurda pelo mundo que envolve Emma. Ela é mais ‘esquentada’, arredia, e faz de tudo para estar perto da bela moça de cabelos azuis. Emma se mostra mais segura de sua homossexualidade no filme que no quadrinho, e logo deixa Sabine de lado para viver um romance com Adèle. As semelhanças sobre o relacionamento com os pais, com a sociedade e afins difere um pouco da Hq, mas o desfecho da história é bem distinto…
Não sei como me prolongar mais sem dar spoiler de um ou outro, mas recomendo que leiam/assistam e tentem enxergar as nuances ‘azuis’ que a história passa ao leitor/espectador. Na verdade, foram duas perspectivas que me emocionaram, cada qual a sua maneira, sem perder a essência do amor entre as protagonistas… finais trágicos e poéticos da mesma forma… No filme, o final deixa uma ponta solta, que dá margem a pensar no que vem depois. Na HQ, a história se consome por si mesma, mas deixa igualmente, um nó na garganta e um soluço angustiado preso ao peito…

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“Emma… você tinha me perguntado se eu acreditava no amor eterno. O amor é abstrato demais, e indiscernível. Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. Se nós não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes… Então, o amor não pode não o ser também.
O amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima… nos reanima. O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos…
Para além da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir o seu caminho.”

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Trailer: